segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A burguesia fede sim!

"A burguesia fede"(poderia não me referir exatamente a burguesia, mas escolhi me referi a ela por um fato específico que presenciei), com licença aos burgueses que não fedem, afinal para todas as regras há excessões, e acredito nisso.
Cada cidadão burguês se constrói enquanto pessoas humanas, em seus mundos perfeitos, isolados das mazelas sociais, e sem a real noção do que são essas mazelas, sem a noção de como funcionam as escolas públicas, de como é ter que ir a um posto de saúde, de como é ir a uma repartição pública, de como é muitas vezes não ter o que comer, de como é ter que conviver com uma polícia que não te respeita porque vc é pobre, de como é ser injustiçado a todo o tempo e não ter a consciência de que é injustiçado o tempo todo, afinal essas injustiças se tornam tão comuns e estão agregadas a cultura a tanto tempo que se torna natural, e a falta do conhecimento deixa isso ainda mais natural, e eu diria ainda mais, REAL.

Ontem presenciei a seguinte cena: Um desses playboys formado, construído e crescido na burguesia, um desse que deve morar bem, que tem o seu carro, que passou em algum banco de faculdade, que faz seis refeições por dia, que pode entrar e sair em qualquer lugar dignamente, afinal ninguém o humilhará ou o questionará sobre suas ações, ele é burguês, ele pode! Ele estaciona o seu carro, entra na conveniência do posto de gasolina, compra o seu lanche, senta e come. Até que ele resolve sair pra tomar o balde de água que está na mão do frentista pra jogar na cara do mendigo que está pedindo lá fora. Pronto, ele foi o herói da noite! Ele humilhou um ser inferior a ele. Ele passa a ser O cara, O foda. Ele pode fazer isso, na verdade os burgueses pode jogar água na cara de quem quiserem, podem bater em quem quiserem, podem cuspir em quem quiserem, podem cortar um mulher toda porque ela era prostituta, eles podem queimar um índio porque ele dormia na rua. Eles podem tudo, né? Deve ser porque não lhes ensinaram o que é RESPEITO.

Como eu não sou de ferro, o sangue subiu e a lágrima desceu, comprei a briga!

Ai vem a parte que mais imcomoda, é ver os funcionários daquele posto rindo e comemorando a esplendorosa e heróica atitude do héroi burguês. Questionei-os o porque dos risos, já que aquilo tinha sido humilhante, um respondeu que achou engraçado (ele achou engraçado,p ela falta de consciência do que aquilo realmente representa de que aquela atitude de certa forma foi tida por um cara im becil que provavelmente faria o mesmo com ele, já que aquele cara imbecil o considera inferior, só porque ele é um funcionário, prefiro acreditar nisso). O senhor héroi me acusou de estar ali para humilhar os funcionários já que eles são inferiores a mim (preciso rir Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk), enfim a todo instante ele os rebaixava e eu deixei para ele bem claro que eu não tenho o hábito de humilhar ninguém, nem mesmo um mendigo. Pra ser mais objetiva aqueles funcionário que riram e que vibraram são os mesmo que são vítimas de humilhações desse tipo de gente, por que eles se julgam melhores que os outros pelo simples fato de terem uma posição econômica melhor.

Mas aos funicónarios eu não perderei a chance de lhes dizer isso.

Enfim, é isso! Tem gente demais mundo a fora se julgando melhor que outros e gente demais legitimando atitudes como essas. Aos que acreditam em um outro modelo de sociedade recomendo que questionem ações como essas, mas questionem na prática, questionem para que esse tipinho ouça e saiba que o que eles fazem não é legitimado por todos.

P.s. O héroi estava bêbado e dirigindo.

Um comentário:

  1. Sinceramente, fiquei muito de cara com tudo isso.

    Parabéns pela atitude...

    Jefferson

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